segunda-feira, 23 de agosto de 2010

JORNALISTA RICARDO KOTSCHO

A se confirmarem as previsões de todos os principais institutos de pesquisa apontando a vitória de Dilma Rousseff no primeiro turno das eleições presidenciais, não serão apenas o candidato José Serra e sua aliança demotucana de oposição os grandes derrotados. Perdem também, mais uma vez, os barões da grande mídia brasileira.
Foram-se os tempos em que eles faziam ou derrubavam presidentes e se julgavam os verdadeiros donos do poder, os formadores de opinião, os únicos proprietários da verdade. Durante os últimos oito anos, desde a primeira eleição de Lula, não fizeram outra coisa a não ser mostrar em suas capas e manchetes um país desgovernado, sempre à beira do abismo.
Em cada estatística divulgada, procuravam destacar sempre o lado negativo, sem se dar conta de que a vida dos brasileiros estava melhorando em todas as áreas, e os cidadãos eleitores percebiam isso.
Fechados em seus gabinetes e certezas, longe do país real, imaginavam que desta forma ajudariam a eleger o candidato da oposição em 2010. Fizeram a sua parte, é verdade, anunciando uma crise do fim do mundo atrás da outra, batendo no governo dia sim e no outro também, mas não deu certo de novo.
Em reunião da Associação Nacional dos Jornais, a presidente da entidade, Judith Brito, chegou a dizer com todas as letras que, na falta de uma oposição partidária, era preciso a imprensa assumir este papel, como de fato fez. Os líderes demotucanos acharam que isto seria suficiente para derrotar Lula e a sua candidata. Acreditarem que o apoio da mídia poderia fazer a diferença, decidir o jogo a seu favor. Que bobagem!
Até a última semana, antes da divulgação das novas pesquisas, o noticiário ainda alimentava o discurso da oposição numa operação casada contra o governo e a sua candidata. Como a vaca da campanha tucana caminhou inexoravelmente para o brejo, num lance desesperado para tentar virar o jogo, José Serra procurou associar sua imagem à de Lula no programa de televisão. Aí foi a vez dos seus aliados na mídia darem um basta e jogarem a toalha: assim também não…
Quem sabe agora tenham a humildade e o bom senso de reconhecer que acabou a época dos formadores de opinião abrigados na grande imprensa, que perde circulação e audiência a cada dia. Novos meios e novos agentes multiplicaram-se pelo país, democratizando a informação e a opinião.
Ninguém mais precisa dizer o que devemos pensar, como devemos votar, o que é melhor para nós. A liberdade de imprensa e de expressão não tem mais meia dúzia de donos. É um direito conquistado por todos nós.

IBOPE: HÉLIO NA FRENTE

O ex-ministro Helio Costa, candidato do PMDB ao governo de Minas, lidera a corrida eleitoral no estado com 38% das intenções de voto, segundo pesquisa Ibope divulgada nesta segunda-feira.
Em relação ao levantamento anterior , Costa caiu um ponto. Já o governador Antonio Anastasia, do PSDB, que aparecia com 21%, subiu seis pontos e agora tem 27%. Este é o primeiro levantamento realizado no estado depois do início do horário eleitoral obrigatório no rádio e na televisão.
Ainda de acordo com a pesquisa, financiada pelo próprio Ibope e divulgada pela TV Globo, Vanessa Portugal, do PSTU, caiu de 2% para 1%. O professor Luiz Carlos, do PSOL, e Zé Fernando Aparecido, do PV, mantiveram 1% dos votos cada um. Edilson Nascimento, do PTdoB, Fabinho, do PCB, e Pepê, do PCO, não atingiram 1% das intenções de voto.
Os votos brancos ou nulos eram 8% e agora representam 7%. Segundo o instituto, 25% dos eleitores continuam sem saber em quem votar.
A sondagem foi feita entre os dias 18 e 20 de agosto com 2.002 eleitores entrevistados no estado. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sob o número 62810/2010.