sexta-feira, 4 de julho de 2014

EDUARDO CAMPOS NÃO EMPOLGA O NORDESTE

campos marina nordeste
Josias de Souza destaca que um dos dados mais surpreendentes das últimas pesquisas é o desempenho pífio do nordestino Eduardo Campos na região Nordeste. Hoje, segundo o Datafolha, ele amealha nesse pedaço do mapa 11% das intenções de voto —um índice apenas dois pontos acima dos 9% que obtém em todo o país. Para quem governou Pernambuco por dois mandatos é pouco, admitem até os seus correligionários.
A inanição vira constrangimento quando se verifica que Campos está tecnicamente empatado no Nordeste com o mineiro Aécio Neves, a quem o Datafolha atribui 10%. O sonho de destronar Dilma Rousseff na região virou pesadelo. Cavalgando os programas sociais do governo, sobretudo o Bolsa Família, a candidata de Lula arrasta, hoje, 55% dos votos dos nordestinos.
Nas suas andanças pelos Estados do Nordeste, Campos gosta de recordar que Dilma deve sua eleição aos nordestinos, que lhe presentearam, em 2010, com uma dianteira de 10,7 milhões de votos em relação a José Serra, então candidato do PSDB. “Agora, ela quer levar nossos votos de novo”, disse Campos em recente viagem à Bahia. “Não terá! Dessa vez os nordestinos já têm em quem votar”. Por enquanto, esse tipo de discurso não colou.
O quadro desastroso da Copa do Mundo no Brasil já havia sido pintado pela oposição: caos nos aeroportos e nas estradas, manifestações violentas e uma onda crescente de insatisfação nas ruas. A realidade, porém, acabou se mostrando outra, o que obrigou os políticos contrários ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) a mudarem o discurso e a postura.

Se até poucos dias antes do início do Mundial o mais comum eram as declarações pessimistas pregando o caos no país, agora o clima de patriotismo parece ter chegado até os mais críticos ao governo. As falas negativas dos políticos sobre o país pararam de ser divulgadas, dando lugar a fotos com roupas verde-amarelas nos estádios e nas torcidas organizadas com amigos e familiares.
Os exemplos são muitos (veja quadro abaixo). Entre as lideranças nacionais, ainda em abril, o senador José Agripino (DEM) previu que os torcedores não chegariam pontualmente aos estádios com os problemas de mobilidade. “Para que as pessoas consigam chegar, é preciso que essas obras (de mobilidade) estejam prontas. Lamentavelmente, não vão ficar prontas”, questionou o presidente nacional do DEM. Menos de dois meses após a declaração, no último dia 23, o senador divulgou foto em que aparece na torcida pelo país. “Vamos lá, Brasil! Estamos todos na torcida!”, postou em seu perfil no Twitter.

COPA FAZ DILMA CRESCER


O quadro desastroso da Copa do Mundo no Brasil já havia sido pintado pela oposição: caos nos aeroportos e nas estradas, manifestações violentas e uma onda crescente de insatisfação nas ruas. A realidade, porém, acabou se mostrando outra, o que obrigou os políticos contrários ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) a mudarem o discurso e a postura.
 

Se até poucos dias antes do início do Mundial o mais comum eram as declarações pessimistas pregando o caos no país, agora o clima de patriotismo parece ter chegado até os mais críticos ao governo. As falas negativas dos políticos sobre o país pararam de ser divulgadas, dando lugar a fotos com roupas verde-amarelas nos estádios e nas torcidas organizadas com amigos e familiares.
Os exemplos são muitos (veja quadro abaixo). Entre as lideranças nacionais, ainda em abril, o senador José Agripino (DEM) previu que os torcedores não chegariam pontualmente aos estádios com os problemas de mobilidade. “Para que as pessoas consigam chegar, é preciso que essas obras (de mobilidade) estejam prontas. Lamentavelmente, não vão ficar prontas”, questionou o presidente nacional do DEM. Menos de dois meses após a declaração, no último dia 23, o senador divulgou foto em que aparece na torcida pelo país. “Vamos lá, Brasil! Estamos todos na torcida!”, postou em seu perfil no Twitter.
Em Minas, alguns deputados de oposição ao governo federal também mudaram de discurso, pelo menos no que diz respeito à Copa. “O povo quer saúde, educação, e o governo gasta bilhões com a Copa”, discursou o deputado federal Domingos Sávio (PSDB) em maio. Na estreia do campeonato, porém, o tucano fez questão de divulgar sua torcida pela seleção. “Vamos ganhar esta Copa e nos unir ainda mais para derrotar os corruptos”, afirmou.
O comportamento dos presidenciáveis não é diferente. Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB) fizeram ao longo do primeiro semestre deste ano discursos contrários à realização do torneio e destacaram a “incompetência” do governo federal. Com os problemas minimizados, o foco passou a ser a torcida pela seleção.
Para o cientista político da Universidade de Brasília (UnB) Antônio Flávio Testa, a Copa do Mundo somente dará munição à oposição se o Brasil for eliminado nos próximos dias. “Se o Brasil sair, pode ser que haja um mau humor momentâneo da população. Isso poderá ser o pontapé inicial para começar a campanha e para a remontagem do discurso da oposição. Eles dirão que avisaram que daria errado. Da mesma forma que a derrota vai desmontar a estratégia governista”, diz.